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After Peter

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Breve Resumo da História do Egito

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Quem me conhece sabe que antes de viajar para um país desconhecido gosto de perder tempo e ganhar um pouco de sabedoria. Talvez seja por isso que ao chegar a qualquer destino conheça um pouco da história, costumes e tradições.

E a próxima viagem está a aproximar-se, por isso nada melhor do que ler, quer sobre a história do país quer sobre os seus costumes, hábitos, gastronomia, pois desta forma iremos perceber melhor o povo que vamos encontrar, as cidades, monumentos e paisagens que vamos ver.

A minha professora de História de 11º e 12º sempre disse um povo é a cultura e os factos históricos que a influenciaram.

A História do Egito é sem dúvida a maior e mais bem documentada de todo o mundo. Por isso a informação é muito, por vezes dúbia ou ainda em construção e constante mutação face às muitas análises divergentes por parte dos historiadores e arqueólogos.

O Início

Os primeiros habitantes do Egito estabeleceram-se às margens do Nilo fugindo do deserto. Esses primeiros indígenas, isolados e sem inimigos próximos, eram governados por seres “divinos” que foram seguidos por dinastias semi-heróicas: “os descendentes de Hórus”.

Estes ex-nómadas tribais protegeram-se contra as secas e o calor africano junto do vale do Nilo, aí sediaram as suas aldeias e começaram a cultivar as terras férteis, a dedicarem-se à pecuária e á pesca. Esses habitantes organizaram-se em províncias, chamadas Nomos, eram governados por reis e dois imperadores (um a norte e outro a sul).

O Baixo Egito (ao norte de Mênfis) era formado por 20 Nomos e as suas cidades mais importantes eram Buto nas Terras do Deus Andjety e Saís nas Terras do Escudo Norte. Todas os nomos tinham um faraó próprio, os seus reis usavam uma coroa vermelha e comprida e sua divindade era a Cobra ou Serpente.

O Alto Egito, com 22 províncias, tinha Heracleopolis nas Terras da Arvore Superior e Tebas nas Terras do Cetro como cidades principais. Também tinha um faraó próprio, a coroa dos seus reis era branca e a sua deusa tinha a forma de um abutre.

Em torno do ano 3100 A.C., o imperador Menés, do Alto Egito, invadiu o Baixo Egito e unificou os dois reinos. Menés converteu-se no primeiro soberano da I dinastia e foi qualificado como “unificador de ambos os países”. Com ele, inicia-se um novo período histórico e a primeira das trinta dinastias que governariam o Egito até sua conquista pelo rei persa Artaxerxes.

A história das dinastias egípcias dividiu-se em quatro grandes períodos bastante conhecidos: Época Tinita, Império Antigo, Império Médio e Império Novo.

Época Tinita - Período Arcaico

Compreende as duas primeiras dinastias e abarca do ano 3.100 ao 2.650 AC. A primeira dinastia começa com a unificação do Egito pelo rei Menés ou Narmer. Formava-se, assim, um reino que ia da primeira catarata em Assuão até ao Delta do Nilo.

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Os documentos históricos que nos chegam desta época são escassos, reduzindo-se a alguns monumentos e alguns objetos que ostentam o nome dos governantes. A chamada "paleta de Narmer" é, sem dúvida, destes objetos, o mais importante e mais discutido. Uma das razões para esta falta de documentação deve-se ao facto de escrita estar, então, em desenvolvimento, não existindo na forma acabada dos hieróglifos que conhecemos hoje.

Grandes túmulos reais em Abidos, Nacada e Sacará, juntamente com os cemitérios em Helouan, perto de Mênfis, revelam estruturas construídas em grande parte de madeira e tijolo de adobe. A pedra era, parcamente, utilizada no revestimento de paredes e do chão. A pedra era aplicada essencialmente na manufatura de ornamentos, recipientes e estátuas.

Os Imperadores da 1ª dinastia foram: Narmer (3200-3049AC), Atótis, Quenquenés (3049-3008AC), Uenefés (3008-2975AC), Merneite, Udimu (2978-2935AC), Enezibe (2935-2925AC), Semempsés (2925-2916AC), Bienequés (2916-2890AC). A 2ª Dinastia foi chefiada por mais 8 faraós como Boco, Queco, Binótris, Setenés, entre outros.

Império Antigo – Era Dourada

O Período Antigo do Egito vai do ano 2.635 ao 2.155 a.C. Esse período, conhecido como a “era das pirâmides”, abarca da III à VI dinastia. Foi neste período que o Egito viveu uma época dourada, sem guerras, onde todos trabalhavam para satisfazer o faraó.

Nessa época, construiu-se o complexo funerário de Mênfis, em Saqqara, com a famosa pirâmide de degraus. Posteriormente, construíram-se as 3 grandes Pirâmides de Gizé: Quéops, Quéfren e Miquerinos. Também foi construída a pirâmide de Saqqara, por ordem do rei Unas.

Neste período dinástico o Egito foi governado por cerca de 30 faraós. Alguns imperadores destas 4 dinastias que merecem destaquem são: Zanakht (2649-2630AC), Khaba (2605-2599AC), Huni (2599-2575AC), Khafre (2520-2494AC), Menkaure (2490-2472AC), Sahure (2458-2446AC), Neferefre (2431-2420AC), Teti (2323-2291AC), Merenre I (2255-2246AC).

Primeiro Período Intermédio

Durante a VI dinastia, o poder dos faraós diminuiu e a unidade do país começou a desaparecer. Até a X dinastia e durante mais de cem anos, houve dezenas de faraós que não souberam conduzir o país. Durante as dinastias IX e X, a capital do Egito foi Ihnasia.

Império Médio

O Império Médio desenvolveu-se entre os anos 2061 e 1785 AC e abarca as dinastias XI e XII. O início do período é marcado pela colocação de Tebas como capital do Egito. Durante esta época, o Egito estendeu as suas fronteiras, conquistando parte da Núbia.

Destacamos nesta dinastia os faraós Mentuhotep II (2030-200AC), Amenemhat I (1981-1952AC), Amenemhat II (1919-1985AC), Senwosret III (1878-1840AC), Amenemhat III (1859-1813AC).

Primeiro Período Intermédio

Posteriormente, ao não resistir aos ataques dos hicsos, cederam-lhes as terras. Os hicsos, vindos da Ásia, tornaram Avaris a capital do Egito durante quatro dinastias e governaram o império entre as dinastias XIII e XVII.

Império Novo

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Compreendido entre os anos 1551 e 1080 a.C., o Império Novo engloba as dinastias XVIII a XX.

A XVIII dinastia começa com a expulsão dos hicsos em direção a Kadesh pelo rei Ahmosis, Tebas volta a ser a capital do Egito. Os faraós mais importantes do período foram Tutmósis III (o Napoleão do Oriente), Amen-hotep III e Ramsés II.

Durante o reinado de Ramsés II, o Egito conquistou a Núbia e construiu os templos de Abu Simbel. Ramsés II viveu quase 100 anos e teve mais de 180 filhos. Com a sua morte, sucessivos Ramsés foram deteriorando o Egito e perdendo a grandeza anteriormente conquistada.

Dinastias posteriores

Do ano 1080 a 332 AC, sucederam-se as dinastias de XXI a XXVI. Nessa época, o país fragmentou-se e a capital mudou para Tânis e depois para Bubástis.

Dinastia Persa

No ano 525 AC, o Egito foi invadido pelos persas e ficou sob o domínio até a conquista do território por Alexandre Magno. Neste Período, diversos faraós subiram ao poder todos eles persas.

Período Helénico

O período Helénico começa com a expulsão dos persas por Alexandre Magno. Esse período durou quase quatrocentos anos, de 332 a 30AC. Alexandre Magno fundou a cidade de Alexandria, que foi a capital do Egito durante vários séculos. Após sua morte, Ptolomeu tomou o poder no Egito e converteu Alexandria em um grande porto comercial, dominando as rotas do mar Egeu e Mediterrâneo.

Durante o reinado dos ptolomeus, construíram-se os templos de Esna, Edfu e Kom Ombo. O Egito voltou a recuperar o seu posto como reino influente.

Período Romano

O período Helénico terminou com a derrota na batalha naval de Accio. Governava a última representante da dinastia ptolomaica, Cleópatra VII, amante de Júlio César e Marco Antônio.

O período romano começou no ano 30 sob o mandato de Augusto e continuou com os seus sucessores. No ano 66, durante o reinado de Cláudio, morreram quase 300.000 judeus na Alexandria. Esses judeus haviam começado a difundir o cristianismo, religião que foi muito bem acolhida no Egito. No século III DC, a maioria da população já era cristã e, em 313DC, essa foi estabelecida como a religião mais importante do império, com a publicação do Édito de Milão.

O período romano foi até ao ano 395, já que, com a morte de Teodósio, o Império Romano dividiu-se em dois.

Após a queda do Império Romano, o Egito passou a depender do Império Bizantino durante uma etapa da sua história até a chegada do Islão, em 641.

Período Islâmico

Entre os anos 641 e 1517, o Egito teve diferentes governos. Primeiro foram os árabes, depois a dinastia dos fatímidas, seguidos pelo curdo Saladino, e, por último, a dinastia dos mamelucos, antigos escravos do exército de Saladino.

De 1517 a 1805, o Egito dependeu do império otomano. Converteu-se em uma província que devia enviar a Constantinopla 600.000 piastras anuais. Isso fez com que o Egito ficasse sem recursos para lutar contra os ataques dos beduínos e das milícias insubordinadas.

Em 1798, os exércitos napoleônicos conquistaram o Egito. Após um período de instabilidade entre europeus, turcos e mamelucos, o Egito conquistou a independência em 1805.

Egito moderno

Em 1805, o primeiro sultão independente, Mohamed Ali, acabou com os mamelucos, desfez-se dos mercenários albaneses que lhe haviam ajudado e rodeou-se de fiéis treinados pelos franceses. A Grã-Bretanha colocou a sua potência contra o Egito e fez com que ele perdesse as terras da Síria. O Egito viveu uma época entre influências ocidentais e turcas.

Durante a Segunda Guerra Mundial, o Egito foi base de operações dos ingleses. O rei Faruq foi reticente em apoiá-los porque boa parte da população nutria mais simpatia pela Alemanha.

A história recente do Egito caracterizou-se pelos enfrentamentos com Israel, a Guerra dos Seis Dias, em 1967, e a Guerra do Yom Kippur, em 1973. O Egito assinou os Tratados de Paz de Camp Davis, em 1978, mesmo com a posição contrária dos demais países árabes, com os quais restabeleceria relações apenas com a cúpula de Amã, em 1987.

Em 1981, o presidente Anuar Sadat foi assassinado por militares muçulmanos contrários ao acordo de paz com Israel. Quem o sucedeu foi o vice-presidente, Hosni Mubarak, que ficou no poder até 2011 e que demonstrou um grande talento para compaginar os interesses egípcios com os novos tempos. Mubarak conseguiu mitigar o fundamentalismo interno e buscou estabelecer a paz na zona sendo mediador entre israelenses e palestinos. Reeleito quatro vezes, renunciou à presidência, após quase trinta anos no poder, por causa dos grandes protestos populares que aconteceram durante a Primavera Árabe. No entanto, quando Mubarak estava no poder, o Egito se converteu em um país bastante seguro para o turismo. 

Em 2014, o ex-ministro da Defesa Abdel Fattah Al-Sisi venceu as eleições. Continua como presidentes do país até aos dias de hoje, desenvolvendo o país, ultrapassando a crise turística com o Covid 19 e agora intermediário das negociações com o conflito na faixa de gaza.