A Senhora de Dubuque
Ontem foi noite de Teatro!
No teatro da trindade em lisboa sobe a cena a peça de Edward Albee, A Senhora de Dubuque com encenação do também ator Álvaro Correia.
A ação desta tragédia com arranhadelas a comédia negra desenrola-se nos anos 60, nos Estados Unidos da América, onde um contexto de instabilidade social e política reina. Mas na realidade não é sobre nada disto que a peça retrata.
Numa casa, 3 supostos casais de amigos encontram-se numa noite de copos e diversão a celebrar a amizade. Um ambiente tenso está sempre em cena, não fosse uma das personagens estar com uma doença terminal prestes a levá-la para o “outro lado”.
O jogo familiar que abre a peça : Quem Sou eu? Um jogo de adivinhas é a premissa para nos perguntarmos durante toda a peça Quem nós somos? E também, Quem é esta Senhora de Dubuqe?, que entra no sonho acompanhado do seu companheiro.
Na realidade esta é a pergunta que se coloca até ao final da peça, quando em jeito pirandélico a Senhora alerta o publico “Pensava que ele Sabia!”
Na realidade poderíamos retirar imensas conclusões, fosse a obra de Edward Albee realmente sonhada e explicita, assim ficamos apenas com duvidas, questões e um sentimento de apatia com a peça.
Se foi uma noite que me encheu as medidas, claro que não, mas serviu para aprender com génios atores que preenchem o palco e que tentam defender uma peça que não é brilhante.
Fernando Luís vai genial no seu personagem, a dor, a fraqueza humana está agarrada, cria empatia com o público e todos nós o abraçamos. A Manuela Couto vai brilhante naquela mulher debilitada que pisa a cada passo que dá a sua dor e doença. E depois temos a Cucha Carvalheiro, aquela mulher que respira, inala, sente, olha teatro.
O elenco é composto ainda por Álvaro Correia, Sandra Faleiro, Benedita Pereira, Renato Godinho e Alberto Magassela.
No final percebemos porque esta peça falhada de Albee esteve tão poucas vezes em cena e durante tão pouco tempo.