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After Peter

Peter around the World... My life, my dreams, my favourite things

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Um dia por Alexandria

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O nosso dia começou bem cedo ainda no Cairo, era ainda noite, mas esperava-nos uma viagem bastante longa para o nosso próximo destino: Alexandria.

Esta cidade foi fundada por Alexandre Grande, em 332 AC no local da antiga vila de pescadores. Ela prosperou por mais de 500 anos e foi a capital do Egito durante épocas importantes sob o domínio ptolomaico. Eles criaram muitas estradas para conectar a cidade com os portos e ilhas cercadas, e também construíram muitas construções que são consideradas recentemente como monumentos históricos. A biblioteca de Alexandria, o farol, o pilar de Pompeu e outras atrações. O anfiteatro romano de Alexandria também é um dos destaques ilustres da cidade.

Assim que chegámos à cidade deslocamo-nos até às Catacumbas de Kom el Shoqafa, um sitio arqueológico repleto de túmulos datados da época romana e são consideradas como uma das " Sete Maravilhas da Idade Média”.

Começamos a descer quase como num poço para chegar aos túmulos visitáveis e que são altamente decorados. As figuras esculpidas nas paredes do túmulo muitas vezes combinam as formas de deuses egípcios vestidos à moda romana ou grega ou criaturas da mitologia grega e romana, com símbolos faraônicos. O local foi usando como câmara funerária do século II até o século IV. Sendo somente redescoberto inesperadamente em 1900.

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A arquitetura do local é mista, com influências gregas, romanas e egípcias. Os túmulos são organizados em torno de uma escada em espiral central que leva para baixo através de 3 níveis. As catacumbas poderiam acomodar mais de 300 corpos.

Depois de visitar este complexo entramos na antiga van e fomos até outro dos exlibris da cidade, o anfiteatro romano.

O anfiteatro de Alexandria foi descoberto por coincidência no ano de 1960, quando o governo egípcio estava a preparar-se para instalar um de seus prédios na área de kom El Dekka, um dos trabalhadores encontrou uma coluna sólida sob a poeira e a areia durante a preparação do local por engenheiros. Imediatamente, uma equipe de escavação desceu o local para examinar o que foi encontrado. O teatro romano foi uma descoberta muito importante no século XX, comprovou-se que o teatro foi construído no século IV D.C. e foi utilizado até ao século VII, passando pelas épocas romana, bizantina e islâmica.

Para finalizar o nosso tour matinal fomos até um dos pontos de maior importância na cidade, o complexo arqueológico da Coluna de Pompeu.

Esta única coluna no topo de uma colina rochosa no meio de Alexandria não tem nada a ver com o cônsul romano e general Caio Pompeu, que foi rival de Júlio César em uma guerra civil e foi assassinado por um faraó ptolomaico em 48 AC quando fugiu para Alexandria. Esta lenda foi iniciada pelos cruzados, que pensaram que o pilar de granito vermelho de Assuão de 100 metros marcava seu local de sepultamento. O pilar é um monumento triunfal erguido por volta de 30 DC para o imperador romano Diocleciano, mas o verdadeiro significado deste sítio arqueológico é o local do Serapeum, a acrópole de Alexandria.

O Serapeum, dedicado ao deus patrono de Alexandria, Serápis, era um símbolo dessa antiga tradição, que conflituava com as ideias cada vez mais populares do cristianismo.  Hoje, a única coluna marca o local do que já foi um enorme e elaborado templo, construído em mármore e decorado com metais preciosos no interior. Alguns dos túneis ao redor do complexo permanecem e estão abertos para visitarmos e explorarmos alguns dos artefactos do templo que foram recuperados. Um touro de basalto preto em tamanho natural do templo e uma placa dourada marcando a fundação do Serápis estão em exibição no Museu Greco-Romano.

Depois de uma manhã repleta de história e arqueologia foi tempo de um pequeno descano num restaurante local na baía de Alexandria. Para os que apreciam um bom peixe este será sem duvida o local preferencial.

A seguir ao almoço foi hora de lembrar o passado e ver a modernidade. Quero dizer que fomos visitar o local do extinto farol de Alexandria, uma das sete maravilhas do mundo antigo, e o local na destruída e famosa Biblioteca.

 

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Começámos pela Biblioteca de Alexandria que foi uma obra de grande magnitude, inaugurada no século III A.C., que não abrigava somente livros, mas também documentos, manuscritos, papiros, laboratórios etc. Foi inaugurada no século III A.C. por Ptolomeu I, sucessor de Alexandre. O seu legado é imenso, pois, durante sete séculos, fomentou e abrigou grande parte do conhecimento da Antiguidade. A causa da sua destruição não é consenso. Algumas teorias falam sobre incêndios ocasionados por motivações religiosas, sejam elas muçulmanas ou cristãs, e outras sobre ter sido consequência de manifestações contrárias à presença de Júlio César — em perseguição a Pompeu — no Egito. Em 2002, foi inaugurada a Nova Biblioteca de Alexandria, um prédio suntuoso que teve patrocínio da Unesco e é administrado pelo Ministério da Educação do Egito.

Após a visita à biblioteca fomos até à Cidadela de Qaitbay que é uma fortaleza defensiva situada na costa do mar Mediterrâneo, na cidade de Alexandria, no Egito. Foi fundada em 1477 DC, pelo Sultão Al-Ashraf Qaitbay a fim de proteger a cidade da ameaça dos turcos naquela época. Ele construiu esta pitoresca fortaleza durante o século 14 para defender Alexandria dos avanços do Império Otomano. Os seus esforços foram em vão desde que os otomanos assumiram o controle do Egito em 1512, mas a fortaleza permaneceu estrategicamente localizada em um estreito braço de terra que se estende até o porto de Alexandria. Uma grande curiosidade desta cidadela é que foi construída sob as ruínas do lendário farol de Alexandria, Pharos, que por volta do século 14 caiu em ruínas devido a danos repetidos por terremotos. As ruínas do farol acabaram sendo também utilizadas na construção da fortaleza de Qaitbay.

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E já tarde mais um dia que terminou, estava na hora de regressar ao Cairo porque tínhamos um avião para apanhar de madrugada, o próximo destino estava a poucas horas.

 

 

Dois dias no Cairo

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Chegamos ao cairo já era noite escura, ao sobrevoarmos esta cidade as muitas luzes amareladas iluminavam as asas do avião.

Rapidamente passamos a alfandega e a zona internacional e obtivemos o nosso visto de entrada no Egito, aqui sem dúvida que temos de agradecer ao nosso guia que saltou filas e barreiras para destacarmo-nos por entre tantos turistas que aterraram.

Entramos no carro que nos levaria até ao nosso hotel e há nossa espera já estava uma pequena ceia de falafel, uma cortesia da team que nos iria acompanhar nestes dias.

O hotel onde iremos pernoitar no Cairo vai ser o Soluxe International Cairo, um hotel simples de uma cadeia chinesa mas que oferece todas as comodidades necessárias à nossa estadia.

Enquanto nos dirigíamos ao hotel íamos vendo a confusão de transito, os edifícios megalómanos que se misturam com pequenas casa e barracas. Ao longe as sombras das pirâmides que recortam o céu estrelado e o gigante novo museu do Cairo (que já deveria estar aberto aquando a nossa viagem mas parece que será só para este ano de 2025).

Estávamos cansados da viagem, que começou bem cedo em Lisboa, por isso foi horas de dormir.

A manhã seguinte acordou cedo e já com muto calor (é verdade fomos uns loucos em ir para o Egito em Julho mas o preço que pagamos compensou o calor intenso), tomamos o pequeno almoço e rumamos ao primeiro destino a visitar: as famosas Pirâmides de Gizé.

Começamos bem no alto do deserto, num qualquer acampamento repleto de camelos, fogueiras e vendedores e tivemos uma vista magnifica sobre o complexo de pirâmides. Fomo-nos aproximando de carro até chegar a esta que é uma das Maravilhas do Mundo antigo e do Mundo Moderno.

A Necrópole de Gizé composta pelas Pirâmides de Keops, Mikerinos e Kefrén, as maiores e mais importantes do Egito. Dentro delas existem passagens subterrâneas, câmaras mortuárias, corredores estreitos e íngremes e galerias. Tudo feito para abrigar os túmulos de faraós, dada a importância que a morte e o pós-vida tinham para os egípcios. Estas três pirâmides que compõem o Complexo de Gizé foram construídas pelos faraós Quéops, Quéfren e Miquerinos (pai, filho e neto) e são homônimas de seus reis. Foram construídas para abrigarem seus túmulos, “levantando” o faraó para se unir ao deus do Sol, Rá.

Depois de percorrermos todo o complexo e tirar umas belas fotos em cima de camelos, sim todos recorrem aos muitos árabes vendedores de banha de cobra que tentam enganar os turistas, fomos visitar a famosa Esfinge.

Convém referir que se realmente queres tirar umas fotografias originais em cima de camelos e com as pirâmides atrás tens de pagar, mas atenção que isto é proibido. Assim tens o dilema de incorrer num crime ou de ficar sem fotos. No nosso caso avançámos. Não te esqueças que estás num país árabe portanto negoceia antes de subir aos camelos. Se não te quiserem dizer preço podes sempre fazer como nós, subimos tiramos as fotos e depois demos 10€ que era o único dinheiro que tínhamos na carteira (corremos o risco de ser espancados).

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A Esfinge, é uma estátua de pedra calcária que representa uma criatura mítica com corpo de leão e cabeça humana, localizada no planalto de Gizé, na margem oeste do rio Nilo. O rosto do monumento é geralmente considerado como uma representação do rosto do faraó Quéfren. É a maior estátua feita de monólito no mundo, com 73,5 metros de comprimento, 19,3 metros de largura e 20,22 m de altura. É também a mais antiga escultura monumental conhecida e é comumente tida como uma obra construída por egípcios antigos do Reino Antigo durante o reinado do faraó Quéfren.

Após as visitas que duraram toda a manhã e mais um pouco fomos até um restaurante local ali próximo em regime de buffet e deliciamo-nos com muitas das iguarias que lá haviam.

Depois do almoço regressamos ao hotel e fizemos umas duas horinhas de piscina que deu para refrescar o corpo e descansar da viagem cansativa que tivemos.

Mas mal se sentiu o entardecer tomámos um banho e partimos em direção à cidade velha do Cairo, passamos pelo vale dos mortos. É uma necrópole árabe abaixo das Colinas de Mokattam, a sudeste, a maioria dos egípcios costumam referir-se a este lugar como Al'Arafa, o cemitério, embora as construções fúnebres lembrem muito pouco um cemitério ocidental e testemunham a tradição egípcia de sepultar os mortos em moradias que permitissem a suas famílias passar com eles o luto de 40 dias, atualmente, a Cidade dos Mortos estende-se por mais de dez quilómetros ao longo de uma autoestrada, onde vivem entre 500 mil e 1 milhão de habitantes segundo estatísticas oficiais.

Já começava o sol a baixar quando chegámos às portas do Bazar Jan el-Jalili, um dos Bazares mais célebres do Oriente.

Neste mundo de ruelas antigas, repletas de história e beleza. É um labirinto de estreitas ruas, onde se encontra múltiplas lojas onde se fabrica, armazena e vendem joias, tapeçaria, perfumes, especiarias, candeeiros. Ruas e ruas de pequenas tabernas ao lado de majestosos cafés, sapateiros ao lado de lojas de calçado luxuosos.

Só este passeio entre ruelas merecia a pena, mas além disso visitámos a Madraça e Mausoléu do sultão Qalawun, que é um enorme complexo religioso, construído pelo sultão Qalawun entre 1284 e 1285. Está localizado em Bayn al-Qasrayn, na rua al-Muizz, e, tal como muitos outros complexos religiosos, inclui um hospital. Apesar da controvérsia em torno da sua construção, este edifício é amplamente considerado como um dos principais monumentos do Cairo Histórico e da arquitetura mameluca. Visitámos ainda o Monumento ao Soldado Desconhecido, e a Mesquita Al-Hakim.

Para finalizar a visita paramos no renomado Café Al-Fishawi, o famoso café dos espelhos onde bebemos um chá de menta e um café “turco”.

Apesar de já bem tarde ainda não tínhamos jantado, então decidimos ir até a um barco no rio Nilo para nos degustarmos com um repasto oriental.

O Segundo dia voltou a ser de madrugar porque tínhamos à nossa espera a visita ao Museu antigo do Cairo (que por enquanto continua a ser o único), o mais importante museu do país, um lugar dedicado a conservar a história do Antigo Egito, abrindo suas portas para os visitantes que querem conhecer a história deste grande destino.

O Museu Egípcio também conhecido como o Museu do Cairo, foi construído em 1901 pela empresa italiana Garozzo-Zaffarani a partir do projeto do arquiteto Marcel Dourgnon. O Museu conta com uma coleção importantíssima da antiguidade egípcia e é um dos lugares mais impressionantes para quem é fascinado por história. Aqui vais ver peças que foram encontradas nos túmulos de Tutankamon, incluindo a sua famosa máscara funerária e também a sala dedicada às belas joias descobertas nos túmulos Reais de Tanis. Outro destaque do museu é o salão das múmias reais (requer a compra de um bilhete separado). Lá dentro podes ver as múmias de alguns dos faraós mais famosos do Egito: Ramsés II ,Set I, e única rainha do Egito Hatshepsut.

Depois desta manhã incrível partimos para a zona alta do Cairo onde fomos usufruir da Citadela da cidade: A Cidadela de Saladino foi construída no século XII como uma fortificação para proteger a cidade das cruzadas, tornando-se um lugar seguro onde se estabeleceria a residência real.

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No seu interior é possível visitar alguns pontos de interesse como o imponente Palácio Gawhara, o museu de carruagens ou o museu militar. Além de três das mesquitas mais importantes da cidade: a Mesquita de Muhammad Ali, a Mesquita de Ibn Tulun e a Mesquita de Al Rifa'i.

Além de percorrermos todos estes locais, dedicamos mais tempo á Mesquita de Muhammad ali, mais conhecida como a Mesquita do Alabastro devido ao material que a recobre tanto por dentro quanto por fora. Foi construída entre 1830 e 1857 sob a ordem de Muhammad Ali em memória de seu filho mais velho, falecido em 1816. O desenho do templo é inspirado na Mesquita Nova de Istambul e os cimentos usados em sua estrutura provêm do material dos edifícios demolidos para sua construção. 

A mesquita foi construída seguindo o modelo das mesquitas otomanas, com um andar retangular coberto por uma grande cúpula central e várias semicúpulas decoradas por dois delicados minaretes. Dentro do pátio, uma das curiosidades é o magnífico relógio que foi entregue por Luís Felipe da França em troca do obelisco colocado na Praça da Concórdia de Paris. Paradoxalmente, o relógio nunca chegou a funcionar. 

A seguir a um leve almoço partimos para outra zona da cidade, bastante diferente do que tínhamos visitado até aqui, o Bairro Copta. Para quem não sabe os coptas são católicos do médio oriente, e é aqui que se reúne a maior comunidade árabe.

O Cairo copta é uma área única, a ter uma concentração de igrejas cristãs e outros edifícios que datam dos séculos entre o declínio da religião faraónica e a chegada do Islão, quando o Egipto tinha uma maioria cristã. O Cairo copta foi construído, em grande parte, em torno da fortaleza babilónica que resta das suas muralhas. Dentro das muralhas desfrutámos quer desta diferença cultural abismal bem como de muitos dos edifícios religiosos que aqui habitam como a Igreja Suspensa, ou Igreja da Virgem Maria, foi construída no século IX, situada acima das muralhas da Babilónia. O efeito desta suspensão foi significativamente reduzido com a subida do nível do solo à volta dos muros.

Outra igreja que reuniu a nossa preferência foi a Igreja dos Santos Sérgio e Baco, situada bem nas profundezas do bairro, que remonta ao século V e foi supostamente construída sobre uma cripta onde a Sagrada Família (Jesus, Maria e José) se refugiou durante a fuga para o Egito. A menos de 50 metros da Igreja dos Santos Sérgio e Baco, encontra-se a sinagoga mais antiga do Cairo, fundada no século IX, onde se diz ter estado o Templo de Jeremias, o local onde a filha do Faraó encontrou Moisés entre os juncos é esta a Sinagoga Ben Ezra.

Num ápice ficou noite e hora de jantar, e nada melhor do que a surpresa que o hammad nos fez, levou-nos até um restaurante nas proximidades das pirâmides, e no topo desse restaurante enquanto jantamos tivemos a possibilidade de assistir a um espetáculo de luzes das pirâmides.

Uma cidade fantástica e que ficará sempre na nossa memória, mas é hora de dormir e partir á descoberta de outra cidade do Egito.