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After Peter

Peter around the World... My life, my dreams, my favourite things

After Peter

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Sonho com o palco

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Subo ao palco... Nesta altura sou um jovem fumador, noctívago, bonito, elegante, escrevi peças de teatro e vivo sem amor.

Outrora austero e convencido, de bengala impune na mão, saltava-me da boca egoismo, raiva, más palavras e traição.

Já fui também um espantalho, em busca da fama inalcançável, dramático, choroso, crítico dos portugueses e do seu sofrimento inabalável.

Visto uma pessoa enquanto sai de mim dedicação, choro, rio, odeio com e sem coração.

Nos camarins sou um jovem, um jovem lutador pelo sonho, sonho este de um dia me tornar, tornar uma estrela a brilhar.

Não sei se é em vão, só o futuro o vai ditar mas como os grandes são do povo, talvez essa tarefa possa desempenhar.

No final, enquanto Paredes nos faz sonhar, ouço aplausos pelo esforço que fiz. Talvez um dia me façam gritar - obrigado, obrigado pelo amor que senti.

Teatro nasceu em mim como se de uma semente se tratasse, cresce por aqui e que ninguém a afaste.

Contra tudo e contra todos, vou lutar até ao fim.

Se o universo é infinito porque não vai o teatro viver em mim?

Estas palavras escritas em 2002 aquando a estreia da peça a vizinha do lado são as minhas... Muitas continuo a sonhar com elas mas hoje já alcancei algumas.

Ainda hoje depois de varias peças como ator e encenadoe senti o amor do público e todos juntos cantamos no Hotel Royal:" Obrigado pelo calor ... O teatro é o nosso amor."

E se por agora descanso o corpo, a mente continua a trabalhar. O regresso por mais meses que demore ha de voltar.

Até lá... sonho com o palco.

Mães

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Em cena no Teatro Villaret em Lisboa, Mães: o musical promete levar todos às lágrimas de tanto rir.

Elas são 4 amigas que se reúnem num baby shower improvisado e que tem como missão desejar as boas vindas ao novo bébe do grupo. Três das protagonistas já são mães e todas elas em situações completamente diferentes de vida, a outra espera ansiosamente que lhe rebentem as águas.

A atriz Tânia Alves interpreta a mãe de cinco filhos, doméstica que abdicou da sua carreira em prol da maternidade; Gabriela Barros é a advogada super profissional que tenta conciliar a sua carreira com o seu rebento; Ana Cloe é a mãe jovem que tenta adaptar a sua vida como mãe solteira (divorciada) e Raquel Tillo é a grávida que tem todos os medos que a maternidade acarreta.

A história é o mais simples possível: estas 3 mães tentam confortar e acalmar os nervos da grávida, contando as peripécias que ocorreram com elas, mas muitas vezes acabam por deixar a amiga ainda mais nervosa e histérica. É uma verdadeira montanha russa de emoções que roça a loucura, a amizade e principalmente o amor.

No final sabemos que ter um bebé é só um começo, mas que ser mãe é para a Vida.

Este musical conta com encenação de Ricardo Neves-Neves e com texto adaptado de Henrique Dias, que nesta comunhão transformam esta comédia musical alucinante e com um ritmo frenético em algo delicioso de assistir.

De referir ainda a pequena orquestra de 3 músicos que cumpre belissimamente a sua tarefa e que engradece musicalmente este espetáculo; música ao vivo deveria de ser obrigatório!

 

 

O original Motherhood: the musical, de Sue Fabisch estreia assim pela primeira vez em Portugal.

Em agosto nos Vemos!

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Conheci a obra de Gabriel Garcia Marquez há uns 20 anos atrás quando li “Memórias das minhas putas tristes”, daí em diante fiquei apaixonado pela sua escrita, pelo calor e sabor da américa latina trazido pelo espirito realista do autor.

Tenho devorado as obras de Marquez desde as mais famosas como “Cem anos de Solidão” e “Amor em Tempos de Cólera” até às menos badaladas.

Em 2014, este escritor, poeta e ativista politico colombiano deixa este mundo, e com ele o fim de conhecer novas palavras do génio. Recentemente fiquei a saber que durante este ano (2024) ia ser lançado um livro póstumo do autor “Em agosto nos vemos”.

Um livro que foi começado ainda antes da doença mental de Gabo o afetar, e que foi terminada num momento de lucidez. O autor considerava uma obra falhada e pediu aos seus filhos que a queimassem com a sua morte. O seu desejo não foi atendido pois os filhos de Gabo ao lerem a obra prima decidiram que os seus fãs a deviam ler.

Diz a sinopse do livro: Todos os meses de agosto, Ana Magdalena Bach pega uma barca para uma ilha caribenha a fim de colocar um ramo de gladíolos no túmulo de sua mãe. Todos os anos, ela fica hospedada num hotel e, antes de dormir, desce para comer algo no bar. Para não errar, ela pede sempre a mesma sandes de presunto e queijo e depois sobe para os seus aposentos. Até que, certo dia, um homem convida-a para uma bebida. E, depois do primeiro gole de gin, sentindo-se atrevida, alegre, capaz de tudo — inclusive de se despir de suas amarras conjugais, esquecendo momentaneamente marido e filhos —, ela cede aos avanços do desconhecido e leva-o para seu quarto. Essa noite específica faz com que Ana Magdalena — e sua vida — mude para sempre. E, depois dessa experiência, ela passa a ansiar por cada mês de agosto, quando não apenas visita o túmulo de sua mãe como também tem a chance de escolher um amante diferente todos os anos.

Estou ansioso de começar a desfolhar esta obra.

A Senhora de Dubuque

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Ontem foi noite de Teatro!

No teatro da trindade em lisboa sobe a cena a peça de Edward Albee, A Senhora de Dubuque com encenação do também ator Álvaro Correia.

A ação desta tragédia com arranhadelas a comédia negra desenrola-se nos anos 60, nos Estados Unidos da América, onde um contexto de instabilidade social e política reina. Mas na realidade não é sobre nada disto que a peça retrata.

Numa casa, 3 supostos casais de amigos encontram-se numa noite de copos e diversão a celebrar a amizade. Um ambiente tenso está sempre em cena, não fosse uma das personagens estar com uma doença terminal prestes a levá-la para o “outro lado”.

O jogo familiar que abre a peça : Quem Sou eu? Um jogo de adivinhas é a premissa para nos perguntarmos durante toda a peça Quem nós somos? E também, Quem é esta Senhora de Dubuqe?,  que entra no sonho acompanhado do seu companheiro.

Na realidade esta é a pergunta que se coloca até ao final da peça, quando em jeito pirandélico a Senhora alerta o publico “Pensava que ele Sabia!”

Na realidade poderíamos retirar imensas conclusões, fosse a obra de Edward Albee realmente sonhada e explicita, assim ficamos apenas com duvidas, questões e um sentimento de apatia com a peça.

Se foi uma noite que me encheu as medidas, claro que não, mas serviu para aprender com génios atores que preenchem o palco e que tentam defender uma peça que não é brilhante.

Fernando Luís vai genial no seu personagem, a dor, a fraqueza humana está agarrada, cria empatia com o público e todos nós o abraçamos.  A Manuela Couto vai brilhante naquela mulher debilitada que pisa a cada passo que dá a sua dor e doença. E depois temos a Cucha Carvalheiro, aquela mulher que respira, inala, sente, olha teatro.

O elenco é composto ainda por Álvaro Correia, Sandra Faleiro, Benedita Pereira, Renato Godinho e Alberto Magassela.

No final percebemos porque esta peça falhada de Albee esteve tão poucas  vezes em cena e durante tão pouco tempo.

Mosteiro de Rila

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Um dos passeios que pode fazer a parte da cidade de Sófia é a visita a um impressionante mosteiro ortodoxo situado nas montanhas de Rila. Como fomos no Inverno o maravilhoso cenário ainda ganhou mais brilho com as estradas, florestas e pátios cobertos de neve.

O Mosteiro de Rila, o maior e mais famoso mosteiro ortodoxo oriental da Bulgária, é considerado um dos mais importantes monumentos do país. O mosteiro tem o nome do seu fundador, o São Ivan Rilski. Ivan viveu como um eremita em uma caverna não muito longe da localização do mosteiro atual, que foi construído a partir de 1335. Enquanto Ivan esteve vivo, a sua fama espalhou-se e conseguiu reunir diversos discípulos, vivendo em abrigos próximos para formar a primeira comunidade monástica.

Desde o Século X, que este mosteiro tem sido o centro de uma forte influência espiritual e artística em todo o mundo ortodoxo oriental, mesmo durante o período de governo do Império Otomano Islâmico. Com a sua arquitetura e frescos, representa uma obra-prima do povo búlgaro.

O mosteiro tornou-se um destino de peregrinações de toda a região dos Balcãs, especialmente depois de 1469, quando as relíquias de São Ivan foram trazidas para lá. Há uma celebração anual todos os anos no dia 1 de julho, comemorando o dia em que as relíquias do santo foram trazidas pela primeira vez ao mosteiro.

A maior parte do mosteiro incendiou-se em 1833 mas foi reconstruída. Todo o complexo é de forma retangular e está centrado em torno de um pátio interior, onde a torre e a igreja principal estão situadas. O arquiteto Pavel Ioanov erigiu a igreja principal, a Catedral de Nossa Senhora da Assunção, com cinco cúpulas, três altares e duas capelas laterais, nos anos 1834 a 1837. As paredes e o teto da igreja são cobertos com belos frescos pintados em 1848. A mão esquerda mumificada de São Ivan Rilski é mantida dentro da igreja do mosteiro em um caixão de prata.

Alertamos que uma vez que o mosteiro se encontra isolado no meio da floresta pode ser difícil encontrar um local para as suas refeições (no Inverno o único restaurante está fechado). Mas existe uma opção barata aberta todo o ano.

Pode encontrar uma pequena guarita no lado norte do mosteiro em que a população local vende algumas iguarias tradicionais: Pão de Rila quente e acabado de cozer, queijo fresco e as famosas mekitsa (são uma espécies de filhós que são feitas com uma mistura de ovo, iogurte, farinha e leite, frita em banha de porco e polvilhada com açúcar em pó.)

Aconselho vivamente esta Viagem.