Eu e o meu Mar
Percorrendo a fantástica ilha de São Miguel, nos Açores, fico deslumbrado com as pastagens verdes, as lagoas de encantar, as fumarolas quentes, mas o mar...
O mar que rodeia esta ilha, este azul ora brilhante ora negro, o seu cheiro de maresia, o seu sal, enche-me a alma.
O seu rugido ao embater nas rochas, o salpicar de ondas agrestes, a sua força desmedida assusta-me e fascina-me.
Apesar de nunca ter pisado o barco do meu avô Virgem de Ribamar, o mar ainda me corre nas veias.
Estes portos de rabo de peixe, no norte da ilha ou as fábricas de conservas lembram-me Ribamar e Peniche.
Terras que muito visitei, onde muito ouvi falar dos tempos antigos, onde vi família a cozer as redes de pesca, a voltar do mar com peixe, a ouvir choros de primos quando o barco onde o seu pai estava partia para uma longa temporada no mar.
Anos passaram mas nunca me esqueço destas imagens que me marcaram, nunca me esqueço dessas terras onde fui criança e aprendi muito para ser o homem que sou hoje.
O mar traz-me isso. Traz-me saudade e ao mesmo tempo força.